I PRÊMIO FLIBO DE LITERATURA - RESULTADO FINAL





Resultado do Concurso de Minicontos
Flibo – 2017
Comissão julgadora: Bruno Ribeiro, Letícia Palmeira e Tonho França

PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO
Foram selecionados 30 minicontos, divididos em duas categorias: Nacionais e locais.
Os textos selecionados foram analisados de acordo com o gênero textual miniconto. Descartados, então, todos que fugiram ao que é necessário para a estrutura de uma narrativa curta. Segue a lista de selecionados e suas colocações.

NACIONAIS

1 - ALICE E A CARTOMANTE
Na esperança de aplacar sua angústia, Alice decidiu procurar uma cartomante. A sábia mulher botou as cartas. Pensou. Analisou. Por fim, disse simplesmente: não se preocupe, minha filha. Vai passar! (Vito Cesar de Oliveira Manzolillo - RJ) 1º Lugar

2 - MIUDEZAS
No Neruda, que ela nunca leu, a primeira carta de amor. Na carta todos os erros gramaticais, ortográficos e sintáticos, marcados de vermelho. No canto superior a nota: MELHORAR NO ESTILO. (Renan Augusto Oliveira de Carvalho - RJ) 2º Lugar

3 - A metade e o vácuo
A melancolia penetra o quarto. Os olhos de Pedro despertos, observam o vácuo daquele cômodo. O vulto de sua metade correu e saltou da janela. Pedro viu sua metade morrer. Amputado! Era mágoa inteira. (Cristiane Vieira de Farias - SP) 3º Lugar

4 - seu quarto, em cima da vitrola, os discos de Chico Buarque. As canções que ouvia com sua amada. Põe o disco a girar, sobe no banco e pendurado pelo pescoço, lembra-se de quando era um guri. (EVANDRO DOS SANTOS ROCHA - RJ)

5 - Vai trabalhar vagabundo
"Não se afobe não que nada é pra já." Cantarolou o garçom diante da impaciência do cliente. (Eduardo Leite Martins - RJ)   

6 - Liberdade
Livrar-se da falsidade humana, agir por instinto como animal. O símbolo da Terra: o pássaro. Jogou-se do parapeito. Por 30 metros abriu as asas imaginárias e libertou-se da vida. (Beatriz de Santana Almeida - SP)

7 - Posta-Restante
Todos os dias ser o escafandrista que encontrará o amor tão amável que está a milênios no ar. (Ana Lucia Silva - SP)

8 - A garota sai do buraco no pilar do viaduto com um bebê no colo. A assistente social vê a raiva no olhar dela e silencia. Deus lhe pague, ela diz, desaparecendo novamente atrás do cobertor esburacado que faz as vezes de porta. (Sara Maria Binatti dos Anjos - RS)

9 - A Beleza Encarnada
Devota-se ao seu culto diariamente. À usança, ora três vezes ao dia. O que sai de sua boca,– assim o crê –, é o que lhe contamina. Sua crença é a beleza encarnada. Sua fé está num deus de porcelana. (Frederico Rocha de Oliveira Raimundo - RJ)

10 - Apneia
O mergulho, mergulho. Salto de cabeça nos teus dias de mar profundo. Sobre a mesa, um vinho intocado. Atrás da porta, o eco, nossos corpos e um verso de Chico arrebentando os vitrais. (Paulo Ras - PR)

11 – Beco
Na cidade sem memória, a puta do beco não era mais visitada. Mas seu dente de ouro bruxuleava. (Wladimir Moreira Santos - MG)

12 - Gente Humilde
Rui beijou sua mulher antes de sair. Num momento de descuido escorregou e caiu agonizante na estrada.
Muita gente buzinava, enquanto os colegas observavam a cena do 3º andar de um prédio em CONSTRUÇÃO. (Lucêmio Lopes da Anunciação - RS)


14 - Poesia para um amor Finito
Desembrulha o pacote e reconhece o presente. Na dedicatória: “Li várias vezes. A saudade foi um castigo, mas não quero levá-la comigo. Adeus!”. Desorientado, fecha o Neruda. (Rebeca Bulcão da Silva - RS)

15 - As mulheres de Atenas reagiram aos desmandos dos maridos. Aristófanes já havia avisado. Chico abriu um sorriso satisfeito. (IGOR MOREIRA MORAES - DF)

LOCAIS/REGIONAIS

1 - Quem é essa mulher?
Sobre o banco rasgado do lotação, Juliano acabou por deixar missiva enorme. Manuscrita, rabiscada em três páginas e embrulhada no papel da fome que tinha por ela. (JOSAFÁ PAULINO DE LIMA - Campina Grande – PB) 1º Lugar

2 - Apenas Guardarei
Guardarei para sempre em minha mente, que já fostes a princesa que coroei; já me fizestes herói e rei. Apenas guardarei, pois fugistes no mundo, me fizestes de louco e acabaste com meu faz de conta. (Ana Gabriela de Oliveira Monteiro - Boqueirão – PB) 2º Lugar

3 - Desde o último século
Madrugada fria, sábado do ano de 1999, no quarto de uma maternidade, ali cessava-se mais uma pequena vida. Ainda hoje, a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu. (Maria Gabriely dos Santos Camelo - São Domingos do Cariri – PB) 3º Lugar

4 - Dádiva
Não era nada pessoal. Estavam acostumados a uma vida triste e incolor, mas a mesma os presenteou com uma dádiva: A banda, que trouxe a melodia e a alegria. Depois foi embora num piscar de olhos. (Ana Clara Aires Barros - Boqueirão – PB)

5 - Soldados loucos
Só me dei conta quando estava voltando para o hotel, exausto e sozinho, que nem toda noite é noitada, vi soldados fardados e armados loucos para atirarem, rigorosos e exaustos, naquele dia de luto. (Joaquim Pereira de Freitas Neto - Boqueirão – PB)

6 - "Of course", relinchou o cavalo. João encaixou seu reinado na cabeça e galopou além do quintal atrás da princesa. Durante noites vagou, encontrou nada além de aventuras. (Marcelo Soares de Lima - João Pessoa – PB)

7 - A dor de ser alguém
As marcas do corpo firmavam na alma. Seu riso se perdia entre as lágrimas, mas ninguém via. Às vezes até sentia que a possuía, mas vinha alguém e a roubava de si. Era ela mais uma entre tantas Genis. (Débora Cândido de Oliveira  - João Pessoa – PB)

8 - A magia de um livro
Era uma vez um livro, que guardava uma grande magia: a imaginação. Nesse livro moravam de reis a heróis. Por isso muitos queriam prender esse livro, e como o tempo, acabavam perdendo-o dentro de si. (Livia Nayara Nóbrega de Melo - Boqueirão – PB)

9 - Julgada pelo seu coração
Geni tinha um coração bom e por já ter namorado bastante sempre foi julgada até a cidade entrar em risco e só ela poderia ajudar, acabou cedendo ao Zepelim salvando todos da destruição. (Pedro Henrique do Nascimento Almeida - São Domingos do Cariri – PB)

10 - A aparência
Tudo parecia triste, mas ao ver aquela multidão se aproximando a alegria havia tomado conta daquela gente, porém a banda se foi e tudo voltou a ser como era antes. (Luiza Emilly Barbosa De Oliveira - Boqueirão – PB)

11 - O bailarino do vento
Ele subiu no ar! Dançou a vida intensamente, como se o último baile fosse. Do alto do palco feito de cimento armado, tropeçou. O bailarino do vento como uma pena flutuou. Centelhou o céu sua alma, seu corpo atrapalhando a dança do dia, ficou. (Carlos Alves Vieira - Uiraúna – PB)

12 - (Des)ordem
A banda passou. Tudo tomou seu lugar: ficou tudo tão desarrumado! (Fernanda Karyne de Oliveira - Campina Grande – PB)

13 - Construção
Os olhos dela correram para a janela. Algo caiu. Podia ser um pássaro, mas aquilo no chão tinha braços e pernas, apesar de mais parecer um pacote flácido que gente. Foi gente. A construção ia atrasar. (Gael Rodrigues - Itabaiana – PB)

14 - Os gritos que não se escuta
O silêncio ensurdecedor estremece os prédios desta cidade; que o cálice de vinho sangrento e as pessoas mudas que não se mudam, transformem-se em jovens loucos por liberdade... (Thaissa Rafaela Tavares de Brito - Boqueirão – PB)

15 - Murcha a planta-passado, cai o fruto-história. Tenho apenas uma passagem para o meu futuro: Ela pediu uma flor de lembrança, contei memórias à terra... (Guilherme Morais Régis de Lucena - Campina Grande – PB)

BOQUEIRÃO, 18 DE AGOSTO DE 2017.

Comentários

  1. Estava eu todo tristonho por não ter sido classificado. Relendo meu texto, percebi que ele extrapolou o limite de caracteres, agora estou chateado pela minha falta de atenção rs.
    Parabéns aos escolhidos, excelentes microcontos!

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    Respostas
    1. Anderson, onde está postado o resultado dos minicontos? Grata
      silvanadelacio@hotmail.com

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  2. Nem acredito que fiquei em terceiro lugar na categoria Nacional. Muito obrigada pelo espaço e pela oportunidade!

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  3. Vai toma no cu caralho vão se fude filhos da putaaaaaaa

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